Diário de produtividade (... ou a falta dela)
Um desabafo sobre o fato de que querer escrever nem sempre significa poder.
Eu não sou uma autora estabelecida. Aliás, nem mesmo terminei de escrever uma única história.
Escrever, pra mim, é um processo que dura anos. Um processo que envolve planejar, escrever, enfrentar bloqueios criativos, conciliar a escrita com a vida pessoal e, inúmeras vezes, pensar em desistir (seja pela falta de tempo ou pela constatação — e francamente, baixa autoestima — de que não sirvo pra escrever). Nessa, acabo ficando meses longe dos meus projetos.
Tudo isso interfere na minha vida como escritora.
Admiro muito autores e autoras que escrevem livros com mais frequência, que lançam mais de um livro por ano. No entanto, esse não é nem de longe o meu caso.
Eu tenho uma vida fora daqui, uma vida que, às vezes, exige muito de mim, mina toda a minha energia, ainda que tudo o que eu queira fazer seja abandonar minhas responsabilidades e apenas escrever. Se isso pagasse as minhas contas…
Então, não, não consigo escrever todos os dias, não consigo me concentrar na criação do meu mundo de fantasia quando estou tão cansada que tudo em que consigo pensar é em dormir. Às vezes me bate uma crise existencial e eu fico me questionando: por que diabos eu existo? Por que faço o que faço? Por que estou sempre tentando? Quando bate essa crise, eu fico sad vibes, eu não vejo sentido em nada.
E então eu esqueço de por que a escrita é tão importante para mim.
Se um trabalho é a manutenção da nossa sobrevivência material, então escrever é a a manutenção da sobrevivência da nossa alma.
Da minha sobrevivência.
Esta semana? A escrita não fluiu. Não rolou. Eu estava em um nível de esgotamento mental muito grande. Acho que isso diz muito sobre o meu processo, né? Ou sobre o processo de quase todo mundo, talvez.
Tem dias em que não rola. Dias em que você não está bem. Dias em que simplesmente… não dá.
E tudo bem. Faz parte.
Amanhã será outro dia. Outra página em branco. Quem sabe, com a cabeça mais leve, eu volte a escrever?
Assim espero.
E ainda sim, com tudo o que você vive e tudo que te cansa, escreveu esse post. Você é uma escritora, desde o momento que pensou em uma historia diferente das que já viu e desde que pegou o lápis ou qual coisa que mancha uma folha de papel e escreveu ou desenhou algo, lembre-se disso.